12.4.05

“Não digas que a tua vida não te deixa tempo para a inspiração, tu é que não deixas que a inspiração te entre na vida”

É verdade amiga!!! Nunca me disseram tal coisa de um modo tão certeiro; tão directo.
Ás vezes é necessário que um amigo novo, que não nos conhece a vida, as vivências, hábitos de trabalho ou de família, mas armado da fria acutilância de quem não conhece os dados, mas também nada tem a perder, nos diga uma frase que apesar de ser conhecida nunca foi levada a sério.
É verdade! A inspiração vem de dentro, da observação do aspecto humano, das coisas, feita não pelos olhos mas pela alma. A inspiração vem do calor dos amigos, da paixão pelos amados, da presença de quem nos ama.
A inspiração vem das paixões que aparecem sem se saber de onde, dos acasos do caração que muitas vezes julgamos so acontecerem aos outros.

Quando ainspiração nos toca podemos sorrir e pensar “Que palermice...”, ou, se tivermos paciência e dixarmos “que nos entre na vida”, e só pegar numa folha de papel, num lápis, e deixar que flua pela ponta dos dedos.
A uns aparece como linhas escritas num papel, a outros como manancial de cores numa tela, outros ainda como notas numa pauta.
Qualquer das forma é bela pois mostra como o espírito humano pode ser bonito quando o espírito humano se deixa mostrar.
Aprendemos ao longo da vida a admirar aqules que deixam que a sua sensibilidade e inspiração transborde as fronteiras do seu ser fisico, e passam para as telas, pautas ou livros que apreciamos, aquilo que lhes vai na alma.
Raramente permitimos que a nossa própria sensibilidade se torne palpável, quer para nós próprios quer para os outros.
E é tão fácil ! Basta que o que nos passa pela consciência, na apreciação muito pessoal do dia-a-dia, que guardamos hoje mas que amanhã esqueceremos, seja – se lhes dermos o devido valor e tempo – colocado numa qualquer forma para que não seja esquecido.