4.2.10

Viagem à Foz do Dande




Pelas nove, nove e trinta,
Montámos o KIA do colega,
Cheios de força e vigor,
Com antecipação e vontade,
De na praia da foz do Dande
ir refrescar do calor.

O sonho, esse ficou
Naquela fila imprevista
Que ia da porta do hotel
À rotunda da Boavista.

Foram 3 horas de estufa,
De buracos na paisagem
E uma cratera até Cacuaco
Que nos atormentou a viagem.

Chegar lá foi um tormento
De poeira calor e água,
que nos escorria dos corpos
qual africana frágua,

O calção que azul saiu,
Branco chegou com o sal,
Que depois que o suor secou
Parecia neve num Natal.

Chegámos pelas 12:30
Ao estacionamento do parque
Já imaginando o regresso
E a hora do embarque

O dia passou bem quedo
Com jogos cerveja e mar
Que de tão morno que estava
Nos levou a duvidar.

A dúvida lá nasceu
Quando alguém se foi molhar
Será mesmo o mar oceano
Ou alguém a urinar?

Naquele mar de água-caldo
Nossas pernas procurando
Uma corrente mais fresca
Que nos fosse refrescando

Revolvíamos as areias
Naqueles 5 palmos de mar
Por baixo os pés a cozer,
Em cima o miolo a torrar.

Com os bolsos com sementes
E dois cocos p’ra levar
Já passava das 18
Era tempo de voltar

A volta, essa foi chata
Não nos causou emoção
Só passámos 2 horas
A trepar as crateras do chão.


Ouvi então alguém dizer,
“Mesmo que o patrão me mande,
Nem de carro nem de mota,
Senão houver boa estrada,
Tão depressa não volto ao Dande."


Valeu mesmo assim o dia
E tão tormentosa viagem
Valeu pelo país; pelas gentes; pelas terras;
Pelo mar; pela paisagem….






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